9 de Abril Vitória. Funcionei de um modo esplêndido. Ontem, às sete da noite, após uma refeição ligeira, fechei-me no meu quarto e atirei a chave para o jardim.
Peguei num romance divertido e fiquei três horas a querer ler na cama, mas na realidade passei-as numa horrível tremura, à espera a todo o instante de receber a influência. Mas não se produziu nada do género, e esta manhã levantei-me com a sensação de ter sido libertado de um negro pesadelo.
Talvez a mulher se tivesse dado conta do que eu fizera e compreendera que era inútil tentar agir sobre mim.
Em todo o caso, bati-a uma vez, e se pude fazê-lo uma vez, consegui-lo-ei ainda mais vezes.
O mais embaraçoso era a questão da chave pela manhã. Felizmente havia um ajudante de jardineiro em baixo e disse-lhe que ma atirasse.
Ele terá, sem dúvida, julgado que eu acabara de deixá-la cair.
Mandarei pregar portas e janelas, e encarregarei seis homens sólidos de me manterem na cama só para não ficar à discrição da feiticeira.
Esta tarde, recebi de miss Marden um bilhete no qual me pede para ir visitá-la.
Fosse como fosse, tencionava fazê-lo, mas não esperava deparar com más notícias. Parece que os Armstrong, de quem Agathe aguardava, embarcaram em Adelaide no Aurore e que escreveram a mrs. Marden a pedir que fosse esperá-los à cidade.
Isto provocará provavelmente uma ausência de um mês ou seis semanas, e como o Aurore é esperado quarta-feira, eles devem partir imediatamente, se quiserem chegar a tempo.
Consolo-me pensando que quando nos tornarmos a reunir deixará de haver separação entre Agathe e eu.
- Vou pedir-lhe uma coisa, Agathe - disse-lhe, quando ficámos sós. - Se por acaso encontrar miss Penelosa, seja na cidade, seja aqui, prometa-me que nunca se deixará magnetizar por ela.