Não sei se algum dos cavalheiros já leu alguma coisa ou ouviu falar do velho forte. Era um sítio muito estranho... o mais estranho que conheço, e já estive em lugares bem esquisitos. É enorme, acho que deve medir imensos acres. Há uma parte moderna, onde ficava toda a nossa guarnição, mulheres, crianças, lojas, e tudo o mais. Ainda sobrava espaço. Mas a parte moderna é muito mais pequena que a zona antiga, onde ninguém vai, e que é deixada aos escorpiões e às centopeias. Está cheia de salas vazias, passagens retorcidas, corredores às voltas, de modo que é fácil uma pessoa perder-se ali. Por isso, quase nunca ia lá ninguém, embora uma vez por outra um grupo com archotes se aventurasse a explorar a zona.
»O rio passa à frente do velho forte e protege-o, mas dos lados e atrás há muitas portas que têm de ser guardadas, tanto na zona antiga como na ocupada pelas nossas tropas. Tínhamos poucos homens para ficar de sentinela e manejar as armas. Era-nos, por isso, impossível montar uma guarda eficiente em cada um dos inúmeros portões. O que fizemos foi organizar uma casa da guarda central, no meio do forte, e deixar cada portão a cargo de um homem branco e dois ou três nativos. Fui escolhido para guardar durante algumas horas da noite uma pequena porta isolada no lado sudoeste do edifício. Dois soldados sikhs foram colocados sob o meu comando; e recebi ordens para disparar se alguma coisa corresse mal; logo receberia auxílio da guarda central. Mas como a guarda estava a uns bons cento e cinquenta metros, e como o espaço que nos separava era um labirinto de passagens e corredores, duvidava muito que eles chegassem a tempo de ser úteis no caso de um ataque.
»Bem, estava bastante orgulhoso por me terem dado este pequeno posto de comando, pois era um recruta inexperiente e, ainda por cima, sem uma perna.