O Sinal dos Quatro - Cap. 12: 12 - A Estranha História de Jonathan Small Pág. 120 / 133

Jonathan Small deve ter percebido isso, pois a sua voz e maneira de proceder passaram a revelar uma certa desconfiança.

- É tudo horrível, sem dúvida - disse ele. - Gostava de saber quantos tipos, no meu lugar, recusavam partilhar o tesouro, quando o que os esperava era a goela cortada. Além disso, a partir do momento em que ele entrara no forte, era a minha vida ou a dele. Se tivesse fugido, tudo se vinha a saber, e eu seria levado a tribunal marcial e provavelmente fuzilado. As pessoas não eram muito brandas numa altura daquelas.

- Continue a sua história - disse Holmes secamente.

- Bem, trouxemo-lo para dentro, Abdullah, Akbar e eu. E era bem pesado para a altura que tinha. Mahomet Singh ficou de guarda à porta. Levámo-lo para um sítio que os sikhs tinham já preparado. Ficava a uma certa distância, junto de um corredor que dava para uma grande sala vazia, cujas paredes de tijolo estavam a cair aos bocados. O chão de terra abatera num sítio, formando uma sepultura natural, e deixámos ali o mercador Achmet, depois de o cobrir com tijolos. Feito isto, voltámos para ver o tesouro.

»Estava onde ele o deixara cair quando fora atacado pela primeira vez. O cofre era aquele que agora ali está aberto sobre a mesa. Havia uma chave presa por um cordão de seda à pega de cima. Abrimo-lo. A luz da lanterna cintilou sobre uma colecção de pedras preciosas como aquelas de que falam as histórias e com que sonhei quando era rapazinho, em Pershore. O brilho quase que nos cegava. Depois de as admirarmos, tirámo-las todas para fora e fizemos uma lista. Havia cento e quarenta e três diamantes de primeira água, incluindo um a que chamaram, acho eu, o Grande Mongol, e que dizem ser o segundo maior diamante que existe.





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