Esteja junto do terceiro pilar do lado esquerdo no exterior do Lyceum Theatre, esta noite, às sete horas. Se sente receio, traga dois amigos. A senhora foi enganada e deve ser feita justiça. Não traga a polícia. Se o fizer, tudo será em vão.
Um amigo desconhecido.
- Bem, na verdade trata-se de um misteriozinho muito curioso! Que pretende fazer, Menina Morstan?
- É exactamente isso que quero perguntar-lhe.
- Então decerto que iremos, nós os dois e... sim, claro que o Dr. Watson é a pessoa indicada. O seu correspondente fala em dois amigos. Nós já anteriormente trabalhámos juntos.
- Mas quererá vir? - perguntou ela num tom e com uma expressão algo suplicantes.
- Sentir-me-ei orgulhoso e feliz - disse eu, fervorosamente -, se puder ser de algum modo útil.
- São ambos muito gentis - retorquiu ela. - Levo uma vida retirada e não tenho amigos a quem possa recorrer. Estará bem se estiver cá às seis horas?
- Não deve chegar atrasada - disse Holmes. - Ainda há, contudo, um outro ponto. Esta letra é igual à dos endereços das caixas com as pérolas?
- Tenho-os aqui - respondeu, mostrando meia dúzia de pedaços de papel.
- É, de facto, uma cliente exemplar. Tem a intuição correcta. Vejamos então. - Espalhou os papéis sobre a mesa e comparou-os com rápidos olhares incisivos. - A letra está disfarçada, excepto na carta - disse, por fim. - Mas não há dúvida quanto à autoria. Vejam como o i grego se prolonga irreprimivelmente e o floreado do s final. São indubitavelmente da mesma pessoa. Não gostaria de acalentar falsas esperanças, Menina Morstan, mas há alguma semelhança entre esta letra e a do seu pai?