O Sinal dos Quatro - Cap. 2: 2 - A Exposição do Caso Pág. 14 / 133

Papel da melhor qualidade. Sobrescritos a seis dinheiros o maço. Pessoa exigente em matéria de papelaria. Sem endereço.

Esteja junto do terceiro pilar do lado esquerdo no exterior do Lyceum Theatre, esta noite, às sete horas. Se sente receio, traga dois amigos. A senhora foi enganada e deve ser feita justiça. Não traga a polícia. Se o fizer, tudo será em vão.

Um amigo desconhecido.

- Bem, na verdade trata-se de um misteriozinho muito curioso! Que pretende fazer, Menina Morstan?

- É exactamente isso que quero perguntar-lhe.

- Então decerto que iremos, nós os dois e... sim, claro que o Dr. Watson é a pessoa indicada. O seu correspondente fala em dois amigos. Nós já anteriormente trabalhámos juntos.

- Mas quererá vir? - perguntou ela num tom e com uma expressão algo suplicantes.

- Sentir-me-ei orgulhoso e feliz - disse eu, fervorosamente -, se puder ser de algum modo útil.

- São ambos muito gentis - retorquiu ela. - Levo uma vida retirada e não tenho amigos a quem possa recorrer. Estará bem se estiver cá às seis horas?

- Não deve chegar atrasada - disse Holmes. - Ainda há, contudo, um outro ponto. Esta letra é igual à dos endereços das caixas com as pérolas?

- Tenho-os aqui - respondeu, mostrando meia dúzia de pedaços de papel.

- É, de facto, uma cliente exemplar. Tem a intuição correcta. Vejamos então. - Espalhou os papéis sobre a mesa e comparou-os com rápidos olhares incisivos. - A letra está disfarçada, excepto na carta - disse, por fim. - Mas não há dúvida quanto à autoria. Vejam como o i grego se prolonga irreprimivelmente e o floreado do s final. São indubitavelmente da mesma pessoa. Não gostaria de acalentar falsas esperanças, Menina Morstan, mas há alguma semelhança entre esta letra e a do seu pai?





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