O Sinal dos Quatro - Cap. 7: 7 - O Episódio do Barril Pág. 61 / 133

O meu receio, porém, cedo se desvaneceu. Toby nunca hesitou ou se desviou, continuando a sua peculiar marcha bamboleante. Era evidente que o forte cheiro a creosote superava todos os outros.

- Não julgue - disse Holmes - que o meu sucesso neste caso depende apenas do mero acaso de um destes tipos ter posto o pé no creosote. Possuo dados, neste momento, que me possibilitariam seguir-lhes a pista de diferentes maneiras. Esta, no entanto, é a mais rápida, e, dado que a sorte a pôs à nossa disposição, sentir-me-ia culpado se a desprezasse. O caso, porém, não chegou a transformar-se no curioso problemazinho intelectual que a princípio prometia ser. Haveria algum mérito na sua resolução se não tivéssemos esta pista demasiado palpável.

- Mas há mérito, e de sobra - retorqui. - Pode ter a certeza, Holmes, que fiquei mais admirado com os seus métodos neste caso que por altura do assassínio de Jefferson Hope. Parece-me tudo mais intrincado e inexplicável. Como conseguiu, por exemplo, descrever com tanta segurança o homem da perna de pau?

- Ora, meu menino!, nada mais simples! Mas não quero vangloriar-me. É tudo muito evidente. Dois oficiais que comandam uma guarda prisional descobrem um segredo importante acerca de um tesouro enterrado. Um inglês, chamado Jonathan Small, desenha um mapa para eles. Lembra-se que vimos este nome no mapa que estava na posse do capitão Morstan. Assinara em seu nome e no dos seus sócios «o sinal dos quatro», tal foi a designação, um pouco dramática, que usou. Auxiliados por esse mapa, os oficiais, ou um deles, descobre o tesouro e trá-lo para Inglaterra, não satisfazendo, suponhamos, qualquer compromisso sob o qual o recebera. E por que não foi o próprio Jonathan Small buscar o tesouro? A resposta é óbvia.





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