O Sinal dos Quatro - Cap. 8: 8 - O Bando de Baker Street Pág. 72 / 133

Quanto ao tesouro, porém, era diferente. Parte dele pertencia justamente, à Menina Morstan. Enquanto houvesse alguma possibilidade de o recuperar estava pronto a dedicar a minha vida ao caso. Na verdade, se o encontrássemos, ela ficaria definitivamente inacessível para mim. Mas só um amor insignificante e egoísta poderia ser influenciado por tal pensamento. Se Holmes conseguisse descobrir os criminosos, eu ficaria com motivos mais que suficientes para me sentir obrigado a encontrar o tesouro.

Um banho, em Baker Street, e roupa lavada, melhoraram muito o meu estado de espírito. Quando desci para a sala encontrei o pequeno-almoço sobre a mesa e Holmes a servir o café.

- Cá está! - exclamou, rindo e apontando para um jornal aberto. - O activo Jones e o repórter omnipresente resolveram o assunto entre eles. Mas já deve estar farto do caso. É melhor comer primeiro os seus ovos com presunto.

Peguei no jornal e li a curta notícia que se intitulava:

CASO MISTERIOSO EM UPPER NORWOOD.

Cerca da meia-noite de ontem (lia-se no Standard) o Sr. Bartholomew Sholto, de Pondicherry Lodge, Upper Norwood, foi encontrado morto no seu quarto em circunstâncias que apontam para um acto criminoso. Tanto quanto sabemos, não foram detectados sinais de violência sobre o corpo do Sr. Sholto, mas desapareceu uma valiosa colecção de pérolas indianas que o falecido herdara do pai. A descoberta do sucedido foi feita pelo Sr. Sherlock Holmes e pelo Dr. Watson, que visitavam a casa acompanhados pelo Sr. Thaddeus Sholto, irmão do falecido. Por feliz coincidência, o Sr. Athelney Jones, conhecido membro do corpo de detectives da polícia, encontrava-se na esquadra de Norwood e chegou ao local meia hora depois do primeiro alarme.