O Sinal dos Quatro - Cap. 9: 9 - Uma Quebra na Sequência Pág. 85 / 133

- O seu amigo, o Sr. Sherlock Holmes, é um homem fantástico - prosseguiu Athelney Jones, com a sua voz rouca e num tom de confidencialidade. - É um homem que nunca sai derrotado. Já o vi envolvido em muitos casos, mas nunca apareceu um sobre o qual não conseguisse lançar alguma luz. É irregular nos métodos que usa, e talvez um pouco precipitado na elaboração das suas teorias, mas julgo que, apesar de tudo, teria dado um esplêndido agente, e não me importo que me ouçam a dizê-lo. Recebi um telegrama dele, hoje de manhã, segundo o qual depreendo que tem qualquer pista relacionada com o caso Sholto. Aqui está a mensagem.

Tirou o telegrama do bolso e estendeu-o para mim. Fora enviado de Poplar às doze horas.

Vá imediatamente a Baker Street (lia-se). Se eu ainda não tiver regressado, espere por mim. Estou prestes a apanhar os culpados do caso Sholto. Pode vir connosco esta noite se quiser estar presente no momento da captura.

- Boas notícias. É evidente que ele conseguiu encontrar outra vez a pista certa - disse eu.

- Ah, então também se tinha enganado! - exclamou Jones com nítida satisfação. - Até os melhores de entre nós erram. Claro que isto pode ser um falso alarme, mas é meu dever, como agente da lei, não deixar escapar qualquer oportunidade. Mas estão a bater à porta. Talvez seja ele.

Ouviram-se passos pesados a subir a escada e o ruidoso arquejar de um homem que parecia respirar com grande dificuldade. Parou uma ou duas vezes, como se a subida fosse demais para ele, mas, por fim, apareceu à porta e entrou. A sua aparência correspondia aos sons que ouvíramos. Era um homem idoso, vestido com roupas de marinheiro, trazendo um velho casaco de lã abotoado até ao pescoço. Tinha as costas curvadas, os joelhos a tremer e uma impressionante respiração asmática.





Os capítulos deste livro