Camões - Cap. 1: CANTO PRIMEIRO Pág. 9 / 177

- «Piloto!» gritam; e a um sinal de bordo

Do alteroso galeão, dum salto pula,

- Qual delfim namorado nas campinas

Do azul-escuro mar - o palinuro

Nos segredos do Tejo iniciado.

Rege a manobra falador apito:

- «Alá... amaina!» Eis passada a estreita boca

Por onde seus tributos d’água e d’ouro

Leva ao Oceano o rio d’Ulisseia.

Junto da torre antiga e veneranda,

- Hoje tão profanado monumento

Das glórias de Manuel - âncora desce;

E aos ingratos, inóspitos baloiços

Do longo velejar, sucede o brando

Meneio da suavíssima corrente,

Que no remanso de seguro porto

Tão doce é de sentir ao nauta exausto

Dos repelões irados de Neptuno.

IX

À monótona grita compassada

Da festiva companha se ala o esquife

Ao bordo erguido, donde desce às águas.

Alegres,





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