Folhas Caídas - Cap. 43: Capítulo XVII Pág. 75 / 80

E o velho Duque, o velho homem de estado,

Ao falar dessa guerra

Distante - e das paixões da humanidade,

Sorria malicioso

Daquele sorrir fino sem maldade,

Que tão seu era, que, entre desdenhoso

E benévolo, a quanto lhe saía

Dos lábios dava um cunho de nobreza,

De razão superior.

E então como ele a amava e lhe queria

A esta pobre terra portuguesa!

Velha tinha a razão, velha a experiência,

Jovem só esse amor.

Tão jovem, que inda cria, inda esperava,

Inda tinha a fé viva da inocência!...

Eu, na força da vida,

Tristemente de mim me envergonhava.

- Passeávamos assim, e em reflectida

Meditação tranquila descuidados

Íamos sós, já sem falar, descendo

Por entre os velhos olmos tão copados,

Quando sentimos para nós crescendo

Rumor de vozes finas que zumbia

Como enxame de abelhas entre as flores,

E vimos, qual Diana entre os menores

Astros do céu, a forma que se erguia,

Sobre todas gentil, dessa estrangeira

Que se esperava ali.





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