As relações entre Lúcia e Elias estavam, pois, completamente interceptadas. Há muito tempo não se viam senão à hora do jantar com a família. Este era para eles o pior dos martírios. Iam-se separar sem poderem dizer-se um adeus... Um medianeiro seria para eles naquela ocasião um presente do céu, para se comunicarem suas angústias, receios, e esperanças, se esperanças podiam ter. Só Lúcia poderia achar um meio de comunicação entre eles. Lúcia lembrou-se de Joana; era a única pessoa a quem podia incumbir de tão melindrosa tarefa. Ela sabia muito bem que a velha e matreira crioula já estava ao fato de seus amores com Elias, e portanto nada arriscava encarregando- a de um recado ou de um bilhete.
- Joana, tu hás de me fazer uma coisa!...
- Por que não, sinhazinha?... qual é essa coisa?
- Entregar-me este bilhete a meu mestre.
- Para que isso, minha sinhá?... esqueça-se desse moço! amanhã ele vai-se embora...
- É por isso mesmo; quero dizer-lhe adeus. Entregas?
- Eu sei!... Nhonhô sabendo não há-de gostar; ele já anda ressabiado, e me recomendou que não deixasse sinhazinha andar sozinha.
- E que necessidade há-de que ele saiba?... isso não faz mal; o moço tem de retirar-se e talvez nunca mais nos encontremos- disse a moça suspirando.
- Ah! sinhá! eu... não..