A Guerra das Gálias - Cap. 6: LIVRO IV Pág. 103 / 307

XXXV - César previa que se sairia bem deste combate como dos outros que o tinham precedido, e que o inimigo, mal fosse repelido, nos escaparia facilmente pela sua rapidez: no entanto, pegou nos trinta cavaleiros que Cómio, o Atrébate, de que antes falámos, trouxera consigo e dispôs as suas legiões diante do campo. Travado o combate, o inimigo não pôde aguentar durante muito tempo o embate dos nossos soldados e pôs-se em fuga. Perseguido tão longe quanto os nossos tiveram força para correr atrás dele, perdeu um grande número de soldados; em seguida, depois de tudo terem destruído e queimado numa vasta extensão, as nossas tropas regressaram ao acampamento.

XXXVI - No mesmo dia, vieram deputados procurar César da parte dos inimigos para lhe pedirem a paz. César duplicou o número de reféns já exigidos e ordenou que lhos levassem para o continente: estando o equinócio próximo, não queria expor a uma navegação de Inverno navios pouco sólidos. Aproveitando um vento favorável, levantou âncora pouco depois da meia-noite e voltou ao continente com todos os seus navios intactos; mas dois navios de transporte não puderam entrar no mesmo porto dos outros e foram empurrados um pouco mais para baixo.

XXXVII - Estes navios transportavam cerca de trezentos soldados, que se dirigiram para o acampamento; mas os Mórinos, que César ao partir para a Bretanha, deixara pacificados, seduzidos pela esperança de um saque, rodearam-nos com um número de homens de início pouco considerável e ordenaram-lhes que depusessem as armas, se não queriam ser mortos. Tendo estes formado em círculo para se defender, logo aos gritos dos combatentes, cerca de seis mil homens acorreram. A esta notícia, César enviou toda a cavalaria do campo em socorro dos seus.





Os capítulos deste livro