A Guerra das Gálias - Cap. 7: LIVRO V Pág. 121 / 307

Mas a conspiração era comum a toda a Gália. Todos os quartéis de Inverno de César deviam ser atacados nesse mesmo dia, para que uma legião não pudesse socorrer outra. Não era fácil a Gauleses dizer não a outros Gauleses, principalmente quando se tratava de recuperar a liberdade comum. Uma vez que tinha respondido patrioticamente ao seu apelo, ia agora pagar aquilo que devia a César, e avisava, suplicava a Titúrio, em nome da hospitalidade, que providenciasse à sua salvação e à dos seus soldados. Uma grande força de Germanos mercenários atravessara o Reno e estaria ali 'dentro de dois dias. Cabia-lhes decidir se queriam, antes que os povos vizinhos de tal se apercebessem, fazer sair os seus soldados dos seus quartéis de Inverno e conduzi-los quer a Cícero, quer a Labieno, de que um está a cerca de cinquenta mil passos, o outro a um pouco mais (104). Pelo que lhe tocava prometia, e à fé de juramento, dar-lhes livre passagem pelo seu território. Fazendo isto, servia o seu país, que a partida das tropas aliviaria e reconheceria as mercês de César.» Tendo feito este discurso, Ambiorix retira-se.

XXVIII - Arpineio e Júnio relataram aos lugares-tenentes o que ouviram. Uma transformação tão súbita perturbou-os; ainda que o aviso viesse do inimigo, acreditaram que não deviam subestimá-lo. O que mais os impressionava, é que não era de acreditar que um Estado obscuro e fraco, tal como os Eburões, tivesse ousado por si mesmo fazer guerra ao povo romano. Levam, portanto, o caso perante o conselho; trava-se uma viva discussão. Lúcio Aurunculeio, e com ele vários tribunos e centuriões da primeira coorte, eram de opinião «que não se devia fazer nada às cegas nem abandonar 'os quartéis de Inverno sem ordem de César.» Eles demonstravam





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