A Guerra das Gálias - Cap. 9: LIVRO VII Pág. 194 / 307

XLIV - No meio destes pensamentos, apresenta-se uma ocasião que lhe parece favorável. Tendo ido ao pequeno acampamento para vigiar os trabalhos, apercebe-se de que uma colina (155) que o inimigo ocupava estava desguarnecida das tropas que, nos dias anteriores, dada a sua multidão, tornavam o solo quase indiscernível. Surpreendido, pergunta qual a causa aos trânsfugas, que, todos os dias, a ele afluem em grande número. Todos concordavam em dizer (como César já soubera pelos seus batedores) que o lado oposto desta colina era quase plano, mas arborizado e estreito do lado que conduz à outra parte da praça (156); os inimigos temiam muito aquele ponto e sentiam que se os Romanos, senhores de uma das colinas, tomassem a outra, estariam quase bloqueados e impedidos de sair e de ir à forragem; para fortificar esta posição Vercingétorix tinha chamado todas as suas tropas.

XLV - Apoiado nesta opinião, César para lá envia, a meio da noite, numerosos esquadrões; ordena-lhes que batam todo o país fazendo alguma agitação. Ao romper do dia, faz sair do campo grande número de bagagens e de machos, tira-lhes as albardas e manda dar a volta às colinas (157) aos arrieiros com capacetes na cabeça, para que tenham ar de cavaleiros. Junta-lhes alguns cavaleiros que, para enganar, têm de se espalhar ao longe. Indica a todos um ponto de reunião para um longo circuito. Todos estes movimentos eram avistados ao longe, da praça, porque, de Gergóvia, a vista estendia-se sobre o campo, mas de muito longe para que se pudesse distinguir alguma coisa de maneira precisa. Envia pela mesma crista uma legião, fá-la avançar um pouco, depois fazer alto num fundo e esconde-a nas florestas (158). A suspeita dos Gauleses aumenta: levam para aquele lado todas as suas forças para trabalhar nos entrincheiramentos.





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