A Guerra das Gálias - Cap. 10: LIVRO VIII Pág. 227 / 307

Parte assim com duas legiões em perseguição dos Carnutes.

V - Quando ouvem falar da sua chegada, os Carnutes lembram-se das desgraças dos outros e, abandonando as suas aldeias e as suas praças fortes, onde habitavam em estreitas construções que a necessidade lhes fizera construir rapidamente para passar o Inverno (porque depois da sua recente derrota tinham abandonado um grande número das suas cidades), fogem dispersando-se. César, não querendo expor os seus soldados aos rigores da estação má que estava então no seu ponto máximo, estabelece o seu campo em Génabo, capital dos Carnutes, onde amontoa os seus soldados, parte nas casas dos Gauleses, parte nas tendas apressadamente cobertas de colmo. Entretanto envia os seus cavaleiros e a sua infantaria auxiliar a toda a parte onde se dizia que o inimigo retirara. Medida que não é vã: porque quase sempre os nossos voltam com um grande saque. Os Carnutes, esmagados pelo rigor do Inverno, aterrorizados pelo perigo, expulsos das suas moradas sem ousarem parar em parte alguma por muito tempo, não podendo encontrar nas suas florestas um abrigo contra tempestades muito violentas, dispersam-se, depois de terem perdido grande parte dos seus, nos Estados vizinhos.

VI - César achava suficiente, em estação tão incómoda, dissipar os ajuntamentos que se formassem, para evitar o nascimento de uma guerra; estava aliás persuadido de que, segundo toda a verosimilhança, nenhuma guerra importante podia eclodir antes do Verão. Pôs então Caio Trebónio, com as duas legiões que tinha com ele (200), em quartéis de Inverno em Génabo. Quanto a ele, prevenido por frequentes embaixadas dos Remos, de que os Belóvacos, cuja glória militar ultrapassava a de todos os Gauleses e a dos Belgas, tendo-se





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