A Guerra das Gálias - Cap. 10: LIVRO VIII Pág. 252 / 307

na necessidade de fazer a guerra no momento da sua partida, e deixar atrás de si, na altura em que ia levar o exército, uma guerra que toda a Gália empreenderia de boa vontade se nada tivesse a temer de momento, Assim, tratando honrosamente os Estados, acumulando de recompensas os principais cidadãos, não impondo nenhum novo encargo, manteve facilmente a paz na Gália esgotada por tantos reveses e à qual tornava a obediência mais suave.

L - No fim dos seus quartéis de Inverno, contrariamente ao seu hábito, partiu para Itália, fazendo as etapas o mais rápido possível, a fim de falar aos municípios e às colónias, para lhes recomendar a candidatura ao sacerdócio do seu questor Marco António; apoiava-o efectivamente com todo o seu crédito, porque se sentia feliz por servir um amigo íntimo, que pouco antes enviara para preparar esta candidatura, e sobretudo porque lutava com ardor contra uma facção poderosa que desejava, colocando António em situação crítica, abalar o poder de César à sua saída do cargo. Soube pelo caminho, antes de chegar a Itália, que António fora nomeado áugure; não deixou por isso de acreditar que tinha um justo motivo para percorrer os municípios e colónias, a fim de lhes agradecer o empenho em servir António, e recomendar ao mesmo tempo a sua própria candidatura para as eleições do ano seguinte (207); porque os seus adversários se glorificavam individualmente por terem feito nomear cônsules Lúcio Lentulo e Caio Marcelo para despojar César de todo o cargo e de toda a dignidade, e de terem arrebatado o consulado a Sérvio Galba, ainda que ele tivesse muito mais crédito e sufrágios, por estar ligado a César como amigo e lugar-tenente.

LI - César foi acolhido por todos os municípios e por todas as colo mas com honras e um afecto inacreditáveis: era com efeito a primeira vez que ali vinha desde a guerra geral da Gália.





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