Nada se esquecia que pudesse ser imaginado para enfeitar as portas, os caminhos, tod.os os lugares, por onde César tinha de passar. A população inteira, com os filhos, partia ao seu encontro; por toda a parte se imolavam vítimas; as praças públicas e os templos onde se tinham posto mesas estavam cheias, de tal modo que se podia saborear antecipadamente a alegria de um triunfo vivamente esperado (208), tanta magnificência havia nos ricos, como entusiasmo nos pobres.
LII - Depois de ter percorrido todas as regiões da Gália Togada, César voltou com a maior rapidez para junto do exército em Nemetoceno; retirou as legiões de todos os seus quartéis de Inverno para as enviar ao país dos Tréviros; para lá partiu e lá passou o exército em revista. Confiou a Tito Labieno o comando da Gália Togada, a fim de que estivesse mais em condições de o secundar na sua candidatura ao consulado. No que lhe tocava, só fazia marchar o exército quanto achava que era bom para a saúde das suas tropas mudar de lugar. Ainda que frequentemente ouvisse dizer que os seus inimigos intrigavam junto de Labieno e soubesse que alguns trabalhavam para fazer com que lhe arrebatassem, por uma intervenção do Senado, uma parte do exército, contudo Labieno não se lhe tornou suspeito e não puderam levá-lo a empreender qualquer coisa contra a autoridade do Senado. Com efeito, considerava que se os votos dos padres conscritos fossem livres, facilmente ganharia a sua causa. Porque Caio Curião, tribuno da plebe, que empreendera defender a causa e a dignidade de César, muitas vezes tomara perante o Senado o seguinte compromisso: Se se tinha alguma desconfiança dos exércitos de César, e já que também o domínio e as armas de Pompeu provocavam no Fórum um medo que não era medíocre, ambos deviam desarmar e licenciar as suas tropas; a cidade, desse modo, seria livre e retomaria os seus direitos.