A Guerra das Gálias - Cap. 4: LIVRO II Pág. 47 / 307

LIVRO II

I - César estava, como anteriormente dissemos, nos quartéis de Inverno na Gália Citerior, quando lhe chegou o rumor, e várias vezes confirmado por uma carta de Labieno, de que todos os Belgas, que formam, como indicámos, um terço da Gália, se coligavam contra o povo romano e mutuamente trocavam reféns. As causas da liga eram as seguintes: primeiro, temiam que depois de ter pacificado toda a Gália o nosso exército marchasse contra eles: depois, um bom número de Gauleses solicitavam-nos: os que não quiseram que os Germanos prolongassem a sua estada na Gália não tinham menos dificuldade em suportar que um exército do povo romano invernasse na Gália e nela se demorasse; outros, por inconstância e ligeireza de carácter, desejavam mudar de senhores; uns, enfim, a quem o seu crédito e riquezas suficientes para assoldadar homens garantiam habitualmente o poder, podiam menos facilmente chegar aos seus fins sob o nosso domínio.

II - Inquieto com estes relatórios e com esta carta, César alistou duas novas legiões (43) na Gália Citerior e enviou-as, no começo do Verão, para a Gália Interior, às ordens de Quinto Pédio, seu lugar-tenente. Ele próprio se junta ao exército, quando se começa a poder fazer forragem; encarrega os Sénones e os outros Gauleses, que eram vizinhos dos Belgas, de saber o que se passa entre eles e de talo informarem. Entre todos havia concordância ao anunciarem-lhe que se recrutavam tropas e se reunia um exército. Então, pensou que não devia hesitar em marchar contra eles. Depois de se ter abastecido de trigo, levanta o campo e chega ao cabo de cerca de quinze dias à fronteira dos Belgas.

III - Não se esperava uma marcha tão rápida (44), os Remos que são, entre os Belgas, os vizinhos próximos





Os capítulos deste livro