Coração, Cabeça e Estômago - Cap. 3: CAPÍTULO II - A MULHER QUE O MUNDO RESPEITA Pág. 54 / 156

Dizia a avó de Paula que semelhante prodígio não era novo na sua família, porque ouvira sempre dizer que os primogénitos da sua linhagem quase todos nasciam antes dos seis meses de incubação. Coisa notável!

Vi Paula no teatro: no seu camarote entravam as pessoas de mais brilho na sociedade lisbonense, e cortejavam-na com reverência igual à adoração.

Vi Paula nos bailes: os grandes do reino, os milionários, os anciãos reputados modelos de honra e austeridade, honravam-se de lhe darem o braço e de se curvarem a apanhar-lhe o leque do chão.

Vi o nome de Paula inscrito na lista das damas que socorrem os aflitos, pelo amor de Deus, e se chamam, na linguagem dos localistas, as segundas providências na Terra.

Vi, finalmente, que D. Paula era a mulher que o mundo respeitava, sem embargo do conde, e dos amigos íntimos do conde, e do mestre-escola, único bode expiatório de tamanhas patifarias!





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