Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: Capítulo 12

Página 354
Justamente, nesses últimos tempos, Craft voltara a falar, e mais decidido, no antigo plano de vender a quinta, e desfazer-se das suas colecções. Que deliciosa vivenda para ela, artística e campestre, condizendo tão bem com os seus gostos! Uma tentação atravessou-o, irresistível.

- Eu sei com efeito de uma casa... E tão bem situada, que lhe convinha tanto!...

- Que se aluga?

Carlos não hesitou:

- Sim, é possível arranjar-se...

- Isso era um encanto!

Ela tinha dito - «era um encanto». E isto decidiu-o logo, parecendo-lhe desamorável e mesquinho o ter-lhe sugerido uma esperança, e não lha realizar com fervor.

O Domingos entrara com o tabuleiro do chá. E enquanto o colocava sobre uma pequena mesa, defronte de Maria Eduarda, ao pé da janela, Carlos, erguendo-se, dando alguns passos pela sala, pensava em começar imediatamente negociações com o Craft, comprar-lhe as colecções, alugar-lhe a casa por um ano, e oferecê-la a Maria Eduarda para os meses de verão. E não considerava, nesse instante, nem as dificuldades, nem o dinheiro. Via só a alegria dela passeando com a pequena, entre as belas árvores do jardim.

E como Maria Eduarda deveria ser mais grandemente formosa no meio desses moveis da Renascença, severos e nobres!

- Muito açúcar? perguntou ela.

- Não... Perfeitamente, basta.

Viera sentar-se na sua velha poltrona; e, recebendo a chávena de porcelana ordinária com um filetezinho azul, recordava o magnifico serviço que tinha o Craft, de velho Wedgewood, ouro e cor de fogo. Pobre senhora! tão delicada, e ali enterrada entre aqueles reps, maculando a graça das suas mãos nas coisas reles da mãe Cruges!

- E onde é essa casa? perguntou Maria Eduarda.

- Nos Olivais, muito perto daqui, vai-se lá numa hora de carruagem...

Explicou-lhe detalhadamente o sítio,- acrescentando, com os olhos nela, e com um sorriso inquieto:

- Estou aqui a preparar lenha para me queimar!... Porque se for para lá instalar-se, e depois vier o calor, quem é que a torna a ver?

<< Página Anterior

pág. 354 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Maias
Páginas: 630
Página atual: 354

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 26
Capítulo 3 45
Capítulo 4 75
Capítulo 5 98
Capítulo 6 126
Capítulo 7 162
Capítulo 8 189
Capítulo 9 218
Capítulo 10 260
Capítulo 11 301
Capítulo 12 332
Capítulo 13 365
Capítulo 14 389
Capítulo 15 439
Capítulo 16 511
Capítulo 17 550
Capítulo 18 605