Gente de Dublin - Cap. 2: Capítulo 2 Pág. 12 / 117

das por cavalheiros que rapidamente desapareciam pela porta. Os vestidos das senhoras rangiam, as faces estavam empoadas, levantavam as saias para não tocarem o chão. Nunca tinha voltado a cabeça para trás, para olhar. Andava quase sempre velozmente pela cidade, mesmo durante o dia, e quando se encontrava de noite nas ruas apressava-se sempre, pois sentia uma certa apreensão excitada. Às vezes, no entanto, lutava contra aqueles receios, e escolhia de propósito as ruas mais estreitas e com menos iluminação; todavia, o silêncio unicamente perturbado pelos seus passos afligia-o; imaginava ver em redor figuras estranhas que o atormentavam, e, por vezes, um fugitivo gargalhar fazia-o tremer como uma folha.

Voltou para a direita, entrando na Rua Capel. O Ignatius Gallaher na imprensa londrina! Quem pensaria há oito anos que isso fosse possível? No entanto, agora que recordava o passado, o pequeno Chandler encontrava muitos sinais da actual grandeza, no velho amigo. Nessa altura todos o achavam um selvagem. Na verdade, costumava andar sempre com más companhias e pedia dinheiro emprestado a todos. Por fim, encontrou-se envolvido num negócio escuro, pelo menos essa tinha sido uma das versões da sua fuga. Mas ninguém negava





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