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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 169
Ninguém, a não ser os sentimentalistas, o pode fazer. E você é cruelmente injusto, Basil. Vem cá para me consolar. É gentilíssimo da sua parte. Encontra-me consolado e fica furioso! Que simpática pessoa! Lembra-me uma história que me contou o Henry acerca dum certo filantropo que passou vinte anos a procurar reparar uma ofensa ou modificar uma lei injusta, não me recordo exactamente. Um dia, por fim, conseguiu-o, e nada podia exceder a sua decepção: não tinha absolutamente nada que fazer, quase morria de tédio e descambou num perfeito misantropo. E, demais a mais, meu caro Basil, se você me quer realmente consolar, ensine-me a esquecer o que aconteceu ou a vê-lo sob o mero ponto de vista artístico. Não foi Gautier que escreveu sobre la consolation des arts? Lembro-me de um dia, no seu atelier, pegar num livro encadernado em velino e deparar-se-me essa deliciosa frase. Sim, eu não sou como aquele rapaz de que você me falou, quando fomos juntos a Marlow, aquele rapaz que dizia que o cetim amarelo podia consolar uma pessoa de todas as misérias da vida. Amo as coisas belas que a gente pode tocar e manejar. Velhos brocados, bronzes verdes, lacas, marfins esculpidos, ambientes requintados, luxo, fausto, de tudo isso se pode tirar grande proveito.

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pág. 169 (Capítulo 10)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 169

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313