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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 168

O pintor tapou a cara com as mãos.

- É terrível! - murmurou, ao mesmo tempo que um estremecimento lhe percorria o corpo todo.

- Não - retorquiu Dorian Gray -, não é nada terrível. É uma das grandes tragédias românticas da época. Em regra, a gente de teatro leva a mais banal das existências. Ou são bons maridos, ou esposas fiéis, ou qualquer coisa enfadonha. Sabe o que eu quero dizer - a virtude da classe média e toda essa coisa assim. Como a Sibyl era diferente! Viveu a sua mais bela tragédia. Foi sempre uma heroína. Na última noite em que trabalhou, a noite em que você a viu, representou mal, porque conhecera a realidade do amor. Quando reconheceu a sua irrealidade, morreu, como Julieta podia ter morrido. Fugiu de novo para a esfera da arte. Há nela o que quer que seja da mártir. A sua morte tem toda a patética inutilidade do martírio, toda a sua desperdiçada beleza. Mas, como estava dizendo, não deve pensar que eu não sofri. Se cá tivesse vindo ontem - aí pelas cinco e meia ou seis menos um quarto - ter-me-ia encontrado banhado em lágrimas. Até o Henry, que estava cá e que foi quem me trouxe a notícia, não fazia ideia nenhuma do que eu viria a fazer. Sofri imensamente. Depois passou. Não posso repetir uma emoção.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 168

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313