Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: Capítulo 11

Página 187
Era um quarto grande, bem proporcionado, que havia sido mandado especialmente fazer pelo último Lord Kelso para uso do neto, que pela sua estranha semelhança com a mãe, e ainda por outras razões, ele sempre detestara e quisera conservar afastado. Pareceu a Dorian pouco haver mudado. Lá estava o enorme cassone italiano, com as suas molduras fantasticamente pintadas e dum dourado já desbotado, em que tantas vezes se escondera. Lá estava ainda a estante de pau-cetim cheia dos livros escolares de páginas dobradas nos cantos. Na parede por trás lá pendia ainda, toda rota, a mesma tapeçaria flamenga, em que um rei e uma rainha, desbotados, jogavam o xadrez num jardim, enquanto os falcoeiros seguiam a cavalo com os falcões pousados nas mãos enluvadas. Que bem se recordava de tudo isso! Ao olhar em roda surgiu-lhe de novo na mente cada momento da sua solitária infância. Evocou a imaculada pureza da sua vida de rapaz e pareceu-lhe horrível ir ali esconder o retrato fatal. Mal havia de imaginar, nesses dias remotos, tudo o que o futuro lhe reservava!

Não havia, porém, na casa outro lugar tão a coberto como aquele dos olhos indiscretos. Era ele quem possuía a chave e ninguém mais ali poderia entrar. Por baixo da sua mortalha purpúrea, a cara pintada na tela podia à vontade tornar-se bestial, repugnante, imunda.

<< Página Anterior

pág. 187 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 187

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313