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Capítulo 14: Capítulo 14

Página 241

- Nunca é demasiado tarde, Dorian. Ajoelhemos e vejamos se nos podemos lembrar duma oração. Não há algures um versículo «Embora os teus pecados sejam rubros como escarlate, eu os tornarei alvos como neve»?

- Essas palavras nada significam para mim agora.

- Cale-se! Não diga isso. Basta o mal que já fez na vida. Meu Deus! Não vê aquela maldita cara a espreitar-nos?

Dorian Gray olhou para o retrato, e, de chofre, apoderou-se dele um incoercível sentimento de ódio a Basil Hallward, como se lhe houvera sido sugerido pela efígie da tela, como se lho houveram vertido nos ouvidos aqueles lábios escarninhos. Estuavam nele as paixões dum animal acossado, e execrava o homem que ali estava sentado à mesa, como, em toda a sua vida, jamais execrara alguém. Olhou desvairadamente em roda. Na sua frente, sobre uma arca pintada, reluzia alguma coisa que lhe atraiu o olhar. Sabia o que era. Era uma faca que, uns dias antes, trouxera para cortar um pedaço de corda e que se esquecera de levar embora. Acercou-se dela lentamente, passando por trás de Hallward. Agarrou-a e voltou-se. Hallward mexeu-se na cadeira, como se fosse a levantar-se. Precipitou-se sobre ele e cravou-lhe a faca na grande veia por trás da orelha, e, esmagando-lhe a cabeça contra a mesa, vibrou-lhe facadas à doida...

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pág. 241 (Capítulo 14)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 241

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313