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Capítulo 14: Capítulo 14

Página 242

Ouviu-se um frouxo gemido e o horrível ruído do sangue gorgolejando na garganta. Os braços ergueram-se convulsivamente três vezes, agitando no vácuo as mãos grotescas. Feriu-o mais duas vezes ainda, mas o homem não se mexeu. Começava a escorrer alguma coisa pelo chão. Esperou um momento, exercendo sempre pressão sobre a cabeça. Depois atirou a faca para cima da mesa e pôs-se à escuta.

Nada mais ouviu além do gotejar sobre o tapete puído. Abriu a porta e saiu para o patamar. A casa dormia em absoluto silêncio. Ninguém andava a pé. Conservou-se alguns segundos debruçado sobre o corrimão e perscrutando as trevas. Depois voltou para o quarto e fechou-se à chave.

O homem continuava sentado na cadeira, caído sobre a mesa, a cabeça pendente, o dorso arqueado, os braços fantasticamente longos. Se não fora o rasgão rubro no pescoço e a negra poça coagulada que lentamente ia alastrando pela mesa, dir-se-ia que o homem estava simplesmente dormindo.

Como tudo se passara tão depressa! Sentia-se estranhamente calmo; e, dirigindo-se para a janela, abriu-a e saiu para a varanda. O vento havia dissipado o nevoeiro, e o céu parecia a cauda dum pavão monstruoso, recamado de miríades de olhos de oiro. Olhou para baixo e viu o polícia no seu giro e assestando o clarão da lanterna nas portas das casas silenciosas.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 242

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313