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Capítulo 14: Capítulo 14

Página 243
À esquina luziu a mancha rubra dum hansom, que logo se sumiu. Uma mulher embrulhada num xaile arrastava-se lentamente, cosida com as grades e cambaleando. De vez em quando parava e olhava para trás. Duma vez começou a cantar numa voz roufenha. O polícia abeirou-se dela e disse-lhe alguma coisa. Ela foi-se embora aos bordos e rindo. Um vento cortante varria a Praça. As luzes bruxuleavam e as árvores, despidas de folhas, agitavam os seus ramos negros e hirtos. Dorian Gray estremeceu de frio e voltou para dentro, fechando a janela.

Havendo chegado à porta, desandou a chave e abriu-a. Nem sequer olhou para o cadáver. Sentia que o segredo em que tudo aquilo se passara o devia pôr a coberto de toda a suspeita. O amigo que pintara o retrato fatal, origem de toda a sua miséria, desaparecera da sua vida. Isso bastava. Lembrou-se então do candeeiro um tanto curioso, trabalho mourisco, feito de prata oxidada, com incrustações de arabescos de aço brunido e adornado de turquesas grosseiras. Talvez o criado desse pela falta dele e começasse a fazer perguntas... Hesitou um momento, depois voltou para trás e pegou nele. Não pôde deixar de ver o morto. Que quietude! Que horrível alvura a daquelas compridas mãos! Parecia uma terrível figura de cera.

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pág. 243 (Capítulo 14)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 243

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313