A República - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 34 / 290

— Mas — continuei — o injusto é sábio e bom, ao passo que o justo não é nem uma coisa nem outra?

— Excelente também — disse.

— Por conseguinte, o injusto assemelha-se ao sábio e ao bom e o justo não se lhes —Seja, Trasímaco. Não dizes agora de um homem que é músico e de outro que não o é?

— Digo.

—Qual dos dois é sábio e qual não o é?

— Por certo que o músico é sábio e o outro não o é.

— E um não é bom nas coisas em que é sábio, o outro mau nas coisas em que náooé?

— Com certeza.

— Mas em relação à medicina não é assim?

— É assim.

— Agora, pensas, excelente homem, que um músico que afina a sua lira, esticando ou soltando as cordas, pretende prevalecer sobre um músico ou ter vantagem sobre ele?

— Não, não penso.

— Mas quererá prevalecer sobre um homem que ignora a música?

— Sim, necessariamente.

— E o médico? Ao prescrever alimento e bebida, quererá prevalecer sobre um médico ou sobre a prática médica?

— Por certo que não.





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