O Sinal dos Quatro - Cap. 12: 12 - A Estranha História de Jonathan Small Pág. 111 / 133

Alguns deles dispararam na minha direcção, zumbindo meia dúzia de balas rentes à minha cabeça. Desatei a fugir através dos campos de arroz e, de madrugada, estava a salvo dentro dos muros de Agra.

»Como depois se viu, também ali, no entanto, não havia grande segurança. Todo o país estava excitado como um enxame de abelhas. Onde os ingleses conseguiam juntar-se em pequenos grupos, apenas dominavam o terreno que' podiam defender com as suas armas. Em qualquer outro sítio eram fugitivos desesperados. Era uma luta de milhares contra centenas; e o mais cruel disto tudo era que aqueles homens contra quem lutávamos, a pé, a cavalo e artilheiros, eram as tropas por nós escolhidas, ensinadas, treinadas, usando as nossas armas e tocando os nossos cornetins. Em Agra estavam o terceiro regimento de fuzileiros de Bengala, alguns sikhs, duas companhias de cavalaria e uma bateria de artilharia. Um corpo voluntário de empregados de escritório e comerciantes fora formado. Nele me incorporei, com perna de pau e tudo. Saímos para defrontar os rebeldes em Julho e fizemo-los recuar durante algum tempo, mas acabou-se-nos a pólvora e tivemos de regressar à cidade.

»De todo o lado, só nos chegavam más noticias, o que não admira, porque se olhar para o mapa verá que estávamos mesmo no meio daquilo tudo. Lucknow fica a cerca de cento e cinquenta quilômetros para leste, Cawnpore mais ou menos à mesma distância para sul. Por todo o lado só havia tortura, assassínio e ultrajes.

»Agra é uma grande cidade onde pululam fanáticos e ferozes adoradores do demónio de todas às espécies. Os nossos poucos homens perdiam-se nas ruas estreitas e tortuosas. O nosso chefe, então, atravessou o rio e ocupou o velho forte de Agra.





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