A Guerra das Gálias - Cap. 3: LIVRO I Pág. 13 / 307

Persuadem os Ráuracos, os Tulingos e os Latóvicos, seus vizinhos, a seguir a mesma conduta, a queimar as suas cidades e as suas aldeias e a partir com eles; e associam-nos ao seu projecto e juntam a si os Bóios, que tinham habitado para além do Reno e que tinham passado o Nórico, para pôr cerco a Noreia.

VI - Ao todo eram dois os caminhos que lhes permitiam sair do seu país: um, pelas terras dos Sequanos: caminho estreito e difícil (3), entre a montanha do Jura e o rio Ródano; onde os carros passavam com dificuldade um a um; por outro lado, uma alta montanha o dominava (4) de modo que uma fraca força armada facilmente o podia impedir; o outro, pela nossa Província, muito mais fácil e mais seguro, porque o Ródano corre entre o território dos Helvécios e o dos Alóbroges, recentemente submetidos (5), e porque este rio é vadeável em muitos lugares. A última cidade dos Alóbroges e a mais próxima do território dos Helvécios é Genebra. Esta cidade está ligada por uma ponte aos Helvécios. Eles pensavam que persuadiriam os Alóbroges a deixá-los passar pelas suas terras, porque este povo não lhes parecia ainda bem disposto em relação ao povo romano, ou que a talos constrangi riam pela força. Estando tudo pronto para a partida, fixam o dia em que deviam reunir-se na margem do Ródano; esse dia era o cinco das Calendas de Abril, no consulado de Lúcio Pisão e de Aulo Gabínio (6).

VII - César, à notícia de que eles pretendem fazer caminho pela nossa Província, apressa-se a partir de Roma (7), e em marchas forçadas (8) alcança a Gália Ulterior, onde chega em frente de Genebra. Ordena que se mobilizem por toda a Província tantos soldados quantos ela possa fornecer (havia uma legião ao todo (9) na Gália Ulterior), e manda interceptar a ponte de Genebra.





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