A Guerra das Gálias - Cap. 8: LIVRO VI Pág. 143 / 307

Tendo resolvido estes assuntos, deixa entre os Menápios, para os vigiar, Cómio, o Atrébato, com cavalaria e marcha contra os Tréviros.

VII - Durante estas expedições de César, os Tréviros, tendo reunido forças consideráveis de infantaria e de cavalaria, preparavam-se para atacar Labieno, que invernava no seu país com uma só legião. Não estavam a mais de dois dias de marcha, quando sabem que mais duas legiões, enviadas por César, acabam de lhe chegar. Estabelecem o seu campo a quinze mil passos e decidem esperar pelo socorro dos Germanos. Labieno, conhecendo o plano dos inimigos, espera que a sua leviandade lhe venha a dar uma feliz oportunidade para os combater; deixa cinco coortes de guarda às bagagens, marcha ao encontro dos inimigos com vinte e cinco coortes e numerosa cavalaria, e entrincheira-se a uma distância de mil passos. Havia entre Labieno e o inimigo um rio de passagem difícil, e com margens abruptas: não tinha a intenção de o atravessar e não pensava que o inimigo o quisesse fazer. A esperança da chegada dos socorros aumentava de dia para dia. Labieno, no conselho, declara, para que todos o ouçam, «que, uma vez que se diz que os Germanos se aproximam, não arriscará a sorte do exército e a sua, e que, no dia seguinte, ao romper do dia, levantará o acampamento». Estas palavras são rapidamente relatadas aos inimigos, porque era natural que, em tão grande número de cavaleiros gauleses, houvesse quem favorecesse a causa gaulesa. Labieno, nocturnamente, reúne os tribunos e os centuriões das primeiras coortes, expõe-lhes o seu desígnio, e, para melhor fazer crer ao inimigo que tem medo, ordena que se levante o campo com mais barulho e tumulto do que os Romanos têm o costume de fazer. Desta maneira dá à sua partida a aparência de fuga.





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