Contos de Mistério - Cap. 6: BRINCANDO COM O FOGO
(Playing with the fire) Pág. 128 / 167

- Ah'Ahl, Mr. Moir, foi bem apanhado! - gritou o francês. - Mas o controlo tem perfeitamente razão.

- É uma religião e não um jogo - declarou a voz fria e dura.

- Exactamente. Professo a mesma opinião!- exclamou Moir. - Arrependo-me muito por ter feito uma tal pergunta. Não quer dizer-me quem é?

- Que lhe interessa?

- Há muito tempo que é um espírito?

-Sim.

- Há quanto tempo?

- Nós não calculamos o tempo como os senhores. As nossa condições de vida são diferentes.

- Sente-se feliz?

- Sim.

- Não desejaria voltar à terra?

- Não. Certamente que não!

- Anda muito ocupado?

- Não poderíamos ser felizes se não andássemos muito ocupados.

- O que faz?

- Disse que as nossas condições eram completamente diferentes.

- Pode dar-nos uma ideia do seu trabalho?

- Trabalhamos para o nosso próprio progresso e para o engrandecimento dos outros.

- Gosta de estar aqui esta noite?

- Sinto-me feliz por ter vindo, se a minha vinda pode fazer bem.

- Portanto, fazer bem é o seu objectivo?

- É o objectivo da vida em todos os planos.

- Aqui tem Markham, o que responde aos seus escrúpulos.

Efectivamente. As minhas dúvidas tinham desaparecido; estava prodigiosamente interessado.

- Conhece sofrimentos na sua vida? - perguntei.

- Não. O sofrimento é uma coisa do corpo.

- Sofre de dores mentais?

- Sim. Podemos estar tristes ou ansiosos.

- Encontra os amigos que deixou na terra?

- Alguns.

- Porquê apenas alguns?

- Apenas os que são simpáticos.

- Os maridos encontram as mulheres?

- Aqueles que amaram realmente.

- E os outros?

- Não são nada um para o outro.

- Existe um laço espiritual?

- Claro que sim!

- O que nós fazemos está bem?

- Se o fizerem com bom espírito.





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