Contos de Mistério - Cap. 7: O BOIÃO DE CAVIAR
(The pot of caviare) Pág. 137 / 167

Francisco. Aquando do racionamento geral dos víveres, apenas tinham exceptuado este petisco, com três garrafas de Lacryma Christi da mesma proveniência. E por acordo unânime puseram tudo de reserva para festejar o dia em que entrevissem o fim do perigo. O barulho do canhão salvador continuava a chegar aos ouvidos dos convivas; e esta música ao almoço era para eles mais suave do que a que lhes teria fornecido o restaurante mais elegante de Londres. Antes da noite estariam livres. Então, por que o pão duro não haveria de ter as honras deste caviar precioso?

Mas o professor meneou a velha cabeça encaracolada e mostrou o seu impenetrável sorriso.

- É melhor esperarmos - disse.

A companhia soltou um grito de surpresa.

- Esperar! Para quê esperar?

- Os nossos ainda têm muito que fazer para cá chegarem.

- Estarão aqui o mais tardar à hora do jantar - disse Ralston, do caminho-de-ferro, que era um homem vivo, com fácies de pássaro, olhos brilhantes e um comprido nariz pontiagudo. - Não podem estar agora a mais de dez milhas. Sete da noite, apenas a dez milhas por hora, dá a conta.

- Há uma batalha a ser travada no caminho - objectou o coronel. Concederá sem dúvida uma hora ou duas para a batalha?

- Nem meia hora! - proferiu Ainslie. - Eles passarão como se não houvesse ninguém. Que podem estes patuscos, com os seus mosquetes de mechas e os seus sabres, contra armas modernas?

- Tudo está em saber quem comanda a coluna - opinou Dresler. - Se por sorte for um oficial alemão...

- A minha fortuna por um inglês! - exclamou Ralston.

- O comandante francês tem uma reputação de excelente táctico•- disse o padre Pierre.

- Não creio que isso tenha a mínima importância - interrompeu o exuberante Ainslie.





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