O velho sábio ficou sozinho com os seus pensamentos.
Por fim, como o canhão dos libertadores e o sinal da sua aproximação continuassem sem soar aos seus ouvidos, levantou-se para ir colher informações na muralha. Mas a porta abriu-se e o coronel Dresler entrou, a cambalear, pálido como um espectro, ofegante como um homem esgotado pela corrida. Havia brande numa mesa redonda: engoliu de um trago um copo cheio. Depois afundou-se num cadeirão.
- E então - inquiriu friamente o professor -, eles não chegam?
- Não. Não podem chegar.
Seguiu-se um silêncio, que durou um minuto ou mais. Os dois homens entreolhavam-se fixamente, desconcertados.
- Os outros sabem?
- Ninguém a não ser eu sabe.
- Como foi que soube?
- Encontrava-me debaixo da mina, próximo da poterna... a portinha de madeira que abre para o jardim das rosas. Vi rastejar uma sombra no mato. Bateram à porta: era um tártaro cristão, mortalmente ferido com golpes de sabre. Vinha da batalha. O comodoro Wyndham, o inglês, tinha-o enviado. A coluna de socorro estava em apuros. Quase sem munições, entrincheirara-se, à espera de ser reabastecida pelos navios. Decorreriam três dias antes de poder cá chegar. Era tudo. Mein Gott!, e era de mais.
As sobrancelhas farfalhudas do professor descaíram.
- Onde está o homem? - perguntou.
- O homem morreu. Morreu devido à hemorragia.