O seu corpo está deitado próximo da poterna.
- E ninguém o viu?
- Por assim dizer, ninguém.
- O que significa que o viram?
- Ainslie tê-lo-á sem dúvida avistado do campanário da igreja. Deve saber que tenho novidades. Desejará conhecê-las. Se o puser ao corrente deverei informar toda a gente.
- Quanto tempo podemos ainda aguentar?
- Uma ou duas horas, no máximo.
- Sem nenhuma dúvida?
- Juro pela minha honra de soldado.
- É, portanto, a queda?
- A queda.
- E não nos resta nenhuma esperança?
- Nenhuma.
A porta abriu-se novamente. O jovem Ainslie precipitou-se no quarto. Atrás dele amontoavam-se Ralston, Patterson e uma multidão de brancos e de cristãos indígenas.
- Tem notícias, coronel?
O professor Mercer tomou a palavra.
- É o que o coronel Dresler estava a dizer-me. Está tudo bem. A coluna fez um alto, mas estará aqui amanhã cedo... Já não há perigo.
No grupo que ornamentava o limiar da porta rebentaram os aplausos. Riam, apertavam as mãos uns aos outros.
- Suponha, porém, que nos atacam antes de amanhã de manhã! - exclamou Ralston com impetuosidade. - É preciso que os nossos sejam rematados imbecis para não investirem! Cambada de mandriões que deveriam, até ao último, ser julgados num tribunal marcial!
- Está tudo bem. O inimigo recebeu certamente um rude golpe. Podemos vê-los a trazer centenas de feridos pela colina. Deve ter sofrido grandes perdas e não atacará antes da manhã.
- Não, certamente - confirmou o coronel-, não atacará antes da manhã. Mesmo assim, voltem para os vossos postos. Não devemos descurar um único ponto.
Abandonou o quarto com os outros. Mas, ao sair, lançou para trás um relance, e os seus olhos, por um segundo, encontraram os do velho professor.