Contos de Mistério - Cap. 7: O BOIÃO DE CAVIAR
(The pot of caviare) Pág. 147 / 167

Não creio que sem o senhor nos tivéssemos aguentado. Minhas senhoras e meus senhores, convido-os a fazer uma saúde em honra do coronel Dresler, do exército imperial alemão! Er soll leben... hoch!

Todos, de copo na mão, se levantaram em honra do soldado, e inclinaram-se com sorrisos. E ele corou de orgulho profissional.

- Sempre guardei comigo os meus livros - disse. Não me esqueci de nada. Não creio que se pudesse fazer mais. Se as coisas tivessem corrido mal, se tivéssemos sucumbido, ter-me-iam, tenho a certeza retirado toda a responsabilidade e todo o vitupério!

Olhava ansiosamente à sua volta.

- Coronel Dresler - pronunciou o ministro escocês -, faço-me o intérprete de todos aqui presentes assegurando-lhe... Mas, Deus nos acuda! - interrompeu-se. - Mr. Ralston estará por acaso doente?

Com a cabeça pendente sobre os braços dobrados, Ralston dormia um sono tranquilo.

- Não preste atenção! - disse vivamente o professor. Encontramo-nos todos neste momento sob o efeito de uma reacção e expostos a crises de fraqueza. Só à noite é que nos sentiremos reanimar um pouco.

- Vou seguramente imitar o seu exemplo - disse Mrs. Patterson. - Não creio ter sentido alguma vez uma maior necessidade de dormir. Custa-me conservar a cabeça direita.

Enovelou-se contra o fundo da sua poltrona e fechou os olhos.

- É a primeira vez que uma semelhante coisa lhe sucede! - exclamou Patterson, rindo-se com gosto. - Adormecer em cima do jantar! Que vai pensar de si própria quando lho dissermos! Aliás, posso desculpar esta noite aqueles que adormecem, porque tenho ideia de que não vou tardar a retirar-me.

Ainslie, muito excitado, tagarelava sem tréguas. Levantou-se de novo, de copo na mão.

- Deveríamos beber todos juntos e cantar Auld Lang Syne - proferiu ele, passeando um sorriso em seu redor.





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