Contos de Mistério - Cap. 2: O LOTE N° 249
(The lot n. 249) Pág. 25 / 167

Hastie era o capitão do «oito» do seu colégio; Smith remava ainda melhor, mas a sombria perspectiva de um próximo exame confinava-o provisoriamente a casa, excepção feita às poucas horas por semana que uma boa saúde exigia. Um montão de livros de medicina sobre a mesa, ossos espalhados, moldes, tábuas anatómicas revelavam a natureza dos seus estudos; na chaminé, um par de bengalas e luvas de boxe mostravam como, com o concurso de Hastie, ele se mantinha em forma. Conheciam-se muito bem um ao outro, tão bem que podiam ficar tranquilamente sentados sem dizer nada, o que é o grau superior da camaradagem.

- Um pouco de uísque? - propôs enfim Abercrombie Smith entre duas nuvens de fumo. - O scotch está no frasco e o irlandês na garrafa.'

. Quer o autor dizer com esta distinção que o whiskyescocês está separado do whiskey irlandês (N. T.)

ARTHUR CONAN DOYLE

CONTOS DE MIStÉRIO

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- Não, obrigado. Estou comprometido com o skull, Não bebo quando treino. E você?

- Trabalho a sério. Acho que é melhor não fazer misturas.

Hastie aprovou com a cabeça. Tornaram a cair num silêncio satisfeito.

- Diga cá, Smith - interrogou Hastie pouco depois -, travou conhecimento com os dois tipos da sua escada?

- Um aceno de cabeça quando nos encontramos. Nada mais.

- Hum! No seu lugar, eu ficaria por aí. Conheço um pouco os dois. Não muito, mas o suficiente para o meu gosto. Não acho que se morasse aqui os apertaria contra o coração. Não que haja coisas más relacionadas com Monkhouse Lee...

- O magro?

- Sim. Um tipo baixinho que é assaz cavalheiro. Não acredito que seja mau por ele mesmo. Só que não o poderemos visitar sem aturar ao mesmo tempo Bellingham.

- O gordo?

- Sim.





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