Contos de Mistério - Cap. 2: O LOTE N° 249
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Deveremos chegar dentro de cinco minutos. Uma vida humana vale bem que corramos como se fosse para bater um recorde.

Lado a lado lançaram-se na escuridão, e só pararam, esbaforidos e esgotados, diante da porta da pequena vivenda. O jovem Lee, a escorrer água como uma planta aquática quebrada, estava estendido no canapé; tinha nos cabelos a espuma verde do ribeiro, e um pouco de espuma branca' nos lábios cor de chumbo. Ajoelhado a seu lado, Harrington, o seu camarada de quarto, esforçava-se por aquecer-lhe os membros rígidos.

- Penso que ainda vive - disse Smith depois de ter pousado uma das mãos no coração de Lee. - Cole o vidro do seu relógio aos lábios dele. Sim, há bafo. Pegue num braço, Hastie. Agora, faça como eu e em breve o teremos reanimado.

Durante dez minutos operaram juntos tracções destinadas a soerguer e a baixar o peito de Lee. E depois o seu corpo foi percorrido por um frémito, os lábios estremeceram e ele abriu os olhos. Os três estudantes manifestaram então uma alegria irresistível.

- Acorde, seu rapazão! Ja nos assustou bastante!

- Um pouco de conhaque! Beba um golo pelo frasco.

- Isto vai melhor! - declarou o seu companheiro Harrington. - Meu Deus, que medo senti! Estava aqui a ler;

ele tinha saído para dar uma volta do lado do ribeiro; ouvi um grito e o barulho de uma queda na água. Saí a correr; o tempo que o descubra e o pesque, era como se a vida o tivesse abandonado. E depois Simpson não podia correr para ir buscar um médico, porque é estropiado; então tive de partir como uma seta. Sem vocês, meus amigos, não sei o que teria feito. Agora tudo vai bem, meu velho! Sente-se.

Monkhouse Lee tinha-se apoiado nos punhos, e olhava à sua volta.

- O que se passa? - interrogou.





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