Em High Street parou no Clifford's, o armeiro, e adquiriu um pesado revólver com uma caixa de munições. Meteu seis balas na culatra, armou-o e enfiou-o na algibeira. Dirigiu-se em seguida para o quarto de Hastie; o robusto remador estava a ler o Sporting Times ao mesmo tempo que saboreava o pequeno-almoço.
- Olá! Que se passa? - perguntou. - Quer uma chá-
vena de café?
- Não, obrigado. Queria que me acompanhasse, Hastie, e que fizesse o que lhe vou pedir.
- Entendido, meu rapaz.
- E que trouxesse uma bengala comprida.
- Olha, olha!
Hastie esbugalhou os olhos.
- Aqui está um cacete de caça que abateria um boi.
- Outra coisa. Possui uma caixa de bisturis. Entregue-me o mais comprido.
- Cá está ele. Você parece a caminho da guerra. Mais nada?
- Não, isto chega...
Smith meteu o bisturi no casaco e conduziu Hastie para o pátio.
- Nem você nem eu somos cagarolas, Hastie - disse ele. - Penso que posso agir sozinho, mas pedi-lhe que me acompanhasse à guisa de precaução. Vou dizer duas palavrinhas a Bellingham. Se apenas tiver de haver-me com ele não precisarei de si. Se, todavia, eu gritar, subirá e baterá com o seu cacete e com todas as suas forças em tudo o que apareça. Compreendido?
- Compreendido. Subirei se o ouvir gritar.
- Entretanto fique aqui. Estarei talvez ausente um pequeno momento, mas não se mexa antes de eu descer. - Não me mexerei um milímetro.
Smith subiu a escada a correr, abriu a porta de Bellingham e entrou. Bellingham encontrava-se a escrever sentado à mesa. Ao lado dele, a caixa da múmia estava muito direita, com o n. 249 inscrito no exterior, e o seu hediondo ocupante rígido no interior. Smith inspeccionou cuidadosamente os quícios, voltou a fechar a porta, dirigiu-se para a chaminé, riscou um fósforo e acendeu o lume.