Mas és núncia do Céu, e eles te insultam,
Esquecidos das lágrimas perenes
Por trinta gerações, que guarda a campa,
Vertidas a teus pés nos dias torvos
Do seu viver d’escravidão! Deslembram-se
De que, se a paz doméstica, a pureza
Do leito conjugal bruta violência
Não vai contaminar, se a filha virgem
Do humilde camponês não é ludíbrio
Do opulento, do nobre, ó Cruz, to devem;
Que por ti o cultor de férteis campos
Colhe tranquilo da fadiga o prémio,
Sem que a voz de um senhor, qual dantes, dura
Lhe diga: «É meu, e és meu! A mim deleites,
Liberdade, abundância: a ti, escravo,
O trabalho, a miséria unido à terra,
Que o suor dessa fronte fertiliza,
Enquanto, em dia de furor ou tédio,
Não me apraz com teus restos fecundá-la.»
Quando calada a humanidade