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Capítulo 10: A CRUZ MUTILADA

Página 109

Mas és núncia do Céu, e eles te insultam,

Esquecidos das lágrimas perenes

Por trinta gerações, que guarda a campa,

Vertidas a teus pés nos dias torvos

Do seu viver d’escravidão! Deslembram-se

De que, se a paz doméstica, a pureza

Do leito conjugal bruta violência

Não vai contaminar, se a filha virgem

Do humilde camponês não é ludíbrio

Do opulento, do nobre, ó Cruz, to devem;

Que por ti o cultor de férteis campos

Colhe tranquilo da fadiga o prémio,

Sem que a voz de um senhor, qual dantes, dura

Lhe diga: «É meu, e és meu! A mim deleites,

Liberdade, abundância: a ti, escravo,

O trabalho, a miséria unido à terra,

Que o suor dessa fronte fertiliza,

Enquanto, em dia de furor ou tédio,

Não me apraz com teus restos fecundá-la.»

Quando calada a humanidade

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pág. 109 (Capítulo 10)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 109

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106