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Capítulo 10: A CRUZ MUTILADA

Página 115

Não! Quando, em pó desfeita, a cruz divina

Deixar de ser perene testemunho

Da avita crença, os montes, a espessura,

O mar, a Lua, o murmurar da fonte,

Da natureza as vagas harmonias,

Da cruz em nome, falarão do Verbo.

Dela no pedestal, então deserto,

Do deserto no seio, ainda o poeta

Virá, talvez, ao pôr do Sol sentar-se;

E a vez da selva lhe dirá que é santo

Este rochedo nu, e um hino pio

A solidão lhe ensinará e a noite.

Do cântico futuro uma toada

Não sentes vir, ó cruz, de além dos tempos

Da brisa do crepúsculo nas asas?

É o porvir que te proclama eterna;

É a voz do poeta a saudar-te.

Montanha do Oriente,

Que, sobre as nuvens elevando o cume,

Divisas logo o Sol, surgindo a aurora,

E que, lá no Ocidente,

Última vez seu radioso lume,

Em ti minha alma a eterna cruz adora.

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pág. 115 (Capítulo 10)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 115

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106