Céu livre, Terra livre, e livre a mente,
Paz íntima, e saudade, mas saudade
Que não dói, que não mirra, e que consola,
São as riquezas do ermo, onde sorriem
Das procelas do mundo os que o deixaram.
XII
Ali naquela encosta, ontem de noite,
Alvejava por entre os medronheiros
Do solitário a habitação tranquila:
E eu vagueei por lá. Patente estava
O pobre alvergue do eremita humilde,
Onde jazia o filho da esperança
Sob as asas de Deus, à luz dos astros,
Em leito, duro sim, não de remorsos.
Oh, com quanto sossego o bom do velho
Dormia! A leve aragem lhe ondeava
As raras cãs na fronte, onde se lia
A bela história de passados anos.
De alto choupo através passava um raio
Da Lua — astro de paz, astro que chama
Os olhos para o céu, e a Deus a mente