Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 7: O SOLDADO

Página 87

Maldito era o triunfo,

Que rodeava o horror,

Que me tingia tudo

De sanguinosa cor!

Então olhei saudoso

Para o sonoro mar;

Da nau do vagabundo

Meigo me riu o arfar.

De desespero um brado

Soltou, ímpio, o poeta,

Perdão! Chegara o mísero

Da desventura à meta.

VI

Terra infame! — de servos aprisco,

Mais chamar-me teu filho não sei;

Desterrado, mendigo serei;

De outra terra meus ossos serão!

Mas a escravo, que pugna por ferros,

Que herdará desonrada memória,

Renegando da terra sem glória,

Nunca mais darei nome de irmão!

Onde é livre tem pátria o poeta,

Que ao exílio condena ímpia sorte.

Sobre os plainos gelados do norte

Luz do Sol também desce do céu;

Também lá se erguem montes, e o prado

De boninas, em Maio, se veste;

Também lá se meneia o cipreste

Sobre o corpo que à terra desceu.

<< Página Anterior

pág. 87 (Capítulo 7)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 87

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106