Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 2: II- A CAVALHADA

Página 10
Era um arco circular de cento e vinte passos, mais ou menos, de diâmetro, em torno do qual os particulares iam construindo em desordem e sem simetria alguma seus palanques toldados e guarnecidos em roda de colchas de damasco, de seda e de chita de variadas e brilhantes cores.

Dois dias antes da festa, à tarde, fazia sua entrada na vila pela estrada do sertão uma família, que, entre outras muitas que iam chegando, atraiu particularmente a atenção do povo que vagava pelas ruas, e que se apinhava pelas portas e janelas. Era um homem idoso, tendo a seu lado uma jovem e gentil cavaleira, que cavalgava com suma graça um lindo ginete branco, uma menina de nove a dez anos, e alguns pajens e mucamas a cavalo.

- Que moça tão bonita é aquela? - perguntavam dali.

- É a Lúcia! Pois não conhecem a Lúcia? Ah! Cada vez mais bela!

- É a Lúcia! Aí vem a Lúcia! - sussurrava-se em outro grupo; e moços, velhos e meninos a correrem às janelas para verem aquela peregrina formosura, cuja fama há muito já se tinha espalhado por toda aquela redondeza.

- É um sol de formosura! - exclamavam simpaticamente os velhos. É o retrato de sua mãe, que eu conheci muito no meu tempo, mas retrato favorecido...

- É na verdade bonita – diziam as moças; mas, coitada, por viver sempre na roça, está com um ar tão acanhado.

- Ora, prima, se a senhora não fosse tão bonita, eu diria que isso é inveja.

Veja com que graça e desembaraço ela governa o cavalo... queria que ela estivesse a olhar sempre para todos os lados? Quando uma moça é bonita, airosa e bem feita, se cavalga um lindo ginete e sabe bem dirigi-lo, seus encantos ganham novo realce. Com o movimento as faces se incendem de cores mais vivas, os olhos despedem mais fulgor, e o porte como que se torna mais garboso e senhoril.

<< Página Anterior

pág. 10 (Capítulo 2)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Garimpeiro
Páginas: 147
Página atual: 10

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I- A FAZENDA 1
II- A CAVALHADA 9
III- NA ROÇA 22
IV- O GARIMPO 35
V- O BAIANO 47
VI- A RECUSA 53
VII- O SACRIFÍCIO 59
VIII – ELIAS 64
IX – ALÉM DA QUEDA, O COICE 71
X – A AFRONTA 78
XI – DE MAL A PIOR 86
XII – MOEDEIRO FALSO 92
XIII – OS VIZINHOS 99
XIV – A LAVADEIRA 106
XV – ABNEGAÇÃO 119
XVI – O MORIBUNDO 128
XVII – A GRINALDA E O TÚMULO 137