ginete, saiu caracolando, dançando, pinoteando para o meio da arena, e em um discurso bombástico no estilo do Carlos Magno, intimou por parte do rei dos cristãos ao chefe dos infiéis que se rendesse à discrição, etc. Mas o turco descrido não está por isso, e com a mais despejada arrogância jura por Mafoma que se não renderá e desafia a cólera do cristão vencedor. Então há a corrida desordenada. Os cavaleiros cristãos em massa investem sobre os turcos, os quais não podendo sustentar o choque, correm atropeladamente pelo circo, uns para aqui, outros para acolá, sempre perseguidos pelos cristãos. Enfim os mouros, vendo-se apanhados, põem rapidamente o pé em terra e, largando seus cavalos, correm a procurar refúgio e padrinho cada qual em um palanque de sua escolha, e assim aqueles perros infiéis, abrigados cada um aos pés de uma beleza cristã, de cujas mãos querem receber o batismo, ficam inteiramente a salvo da sanha dos perseguidores.
Elias, que era mouro, atracou-se logo ao palanque do Major, e foi apadrinhar-se com Lúcia. Esta com alegre alvoroço e quase pensando, em sua imaginação infantil, que aquilo era uma realidade, adiantou-se sorrindo a dar a mão ao cavaleiro, como é costume nessas ocasiões, este foi convidado a jantar em casa de sua madrinha.
Assim passou-se alegremente o primeiro dia de festa. Os outros dois, que se seguiram, correram igualmente animados e folgaram sem incidente algum, cabendo sempre a Elias as honras do dia nas cavalhadas.