O Garimpeiro - Cap. 10: X – A AFRONTA Pág. 83 / 147

mais uma testemunha, e da qualidade do senhor, da felicidade de minha filha, pois tenho a satisfação de participar-lhe que muito brevemente vai-se casar com o senhor Leonel, aquele belo e distinto cavalheiro que lá se acha junto dela.

- Já disso tive notícia, e dou-lhe os meus sinceros parabéns.

- É um excelente moço. Não há quem o veja, que desde a primeira vista não fique gostando dele. Quero ter a honra de desde já o apresentar a ele.

O simples do Major pensava que com esta formal declaração dava logo in limine golpe de morte a toda e qualquer esperança que ainda porventura Elias alimentasse a respeito de sua filha. Não tinha ideia da veemência das paixões enérgicas e profundas que, em vez de cederem, mais se inflamam diante dos obstáculos que se lhes opõem.

- Com muito gosto! vamos, senhor Major. Também desejo felicitar a noiva, - disse Elias com um tom de amarga ironia que não escapou ao Major.

Este travou-lhe do braço, e o foi conduzindo para junto dos noivos.

- Senhor Leonel, - disse ele ao chegar defronte dos noivos, - tenho a satisfação de lhe apresentar este meu patrício e amigo, que acaba de chegar de fora, o senhor Elias.

Leonel estremeceu, e olhou rapidamente para Elias. Depois, reportando-se, fez um breve aceno com a cabeça, e o cumprimentou friamente.

Esta recepção fez ferver o sangue a Elias, que, resolvido a desmascarar aquele embusteiro, dirigiu-lhe resolutamente a palavra:

- Oh! senhor Leonel!... já não me conhece?... tenho infinito prazer em torna-lo a ver.

- Pois quê! exclamou o Major, então já se conheciam?...

Leonel levantou-se pálido, e com visível perturbação largou, ou, antes, deixou cair sobre a cadeira o violão que tinha nas mãos, e bastantemente enfiado balbuciou:

- O senhor é.





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