XIX - Cassivelauno, como anteriormente dissemos, abandonando toda a esperança de nos vencer em batalha campal, despedira a maior parte das suas tropas e só conservava cerca de quatro mil essedários com os quais observava as nossas marchas: mantinha-se um pouco afastado do caminho, escondia-se nos lugares inextricáveis e arborizados, e, lá onde sabia que íamos passar, empurrava animais e gente dos campos para as florestas. Quando a nossa cavalaria se afastava um pouco mais no campo para pilhar e devastar, ele lançava os seus essedários para fora dos bosques por todos os caminhos e todos os carreiros e travava uma acção para grande perigo dos nossos cavaleiros, que este temor impedia de ir mais longe. Não restava a César outra solução que não fosse a de proibir que se afastassem demasiado da coluna legionária, e a de prejudicar o inimigo devastando os campos e fazendo incêndios tanto mais que a fadiga e a marcha tornavam a coisa possível aos soldados legionários.
XX - Entretanto, os Trinobantes, que eram talvez o Estado mais poderoso destas regiões, enviam deputados a César. Eram os compatriotas do jovem Mandubrácio, que se afeiçoara a César e viera procurá-lo no continente; seu pai exercera a realeza neste Estado, e fora morto por Cassivelauno; ele próprio só evitara a morte pela fuga. Prometeram portanto a César que se submetiam e obedeciam às suas ordens. Pedem-lhe para proteger Mandubrácio contra as violências de Cassivelauno e para o enviar ao seu Estado para que se torne seu chefe e seu soberano. César exige-lhe quarenta reféns e trigo para o exército e envia-lhes Mandubrácio. Eles executaram rapidamente as ordens de César, enviaram-lhe o número de reféns pedido e trigo.
XXI - Vendo os Trinobantes defendidos e ao abrigo de toda a injúria por parte dos soldados, os Cenimagnos, os Segoncíacos, os Ancálites (100), os Bíbrocos e os Cassos enviam embaixadas e submetem-se a César.