Envia mensageiros por todo o Estado dos Eduos, amotina-os com as mesmas imposturas sobre o massacre dos cavaleiros e dos chefes e exorta-os a vingar as injúrias da maneira como ele fez.
XXXIX - O éduo Eporédorix, homem novo de muito grande família e muito poderoso no seu país, e com ele Viridomaro, da mesma idade e do mesmo crédito, mas de menor nascimento, que César, por recomendação de Diviciaco, elevara de uma condição obscura a maiores honras, tinham ido para junto da sua cavalaria, por convocação especial da sua parte. Disputavam entre si o primeiro lugar e, no recente conflito dos dois magistrados supremos, tinham combatido com todas as suas forças um por Convictolitávis, outro por Coto. Eporédorix, informado do plano de Litávico, vem, pelo meio da noite, avisar César: pede-lhe «que não deixe o seu país, seduzido por desígnios perversos de alguns jovens, abandonar a amizade do povo romano: desgraça que é de temer, se tantos milhares de homens se juntarem ao inimigo, porque a sua sorte não poderia ser indiferente aos seus próximos e o próprio Estado não poderia deixar de dar importância a isso».
XL - Vivamente afectado por esta notícia, porque sempre tivera pelo Estado dos Éduos especiais atenções, César, sem hesitar, faz sair do campo quatro legiões sem bagagens e toda a cavalaria; nem sequer houve tempo, em tais circunstâncias, de apertar o campo, porque o êxito parecia depender da rapidez. Deixa o seu lugar-tenente Caio Fábio com duas legiões para a guarda do campo. Ordena que prendam os irmãos de Litávico, mas fica a saber que acabam de fugir para o inimigo. Exorta os seus soldados a não se enfastiarem com as fadigas da marcha em circunstância tão imperiosa: eles seguem-no com um entusiasmo extremo. Tendo avançado até à distância de cerca de vinte e cinco mil passos (154), avista o exército dos Éduos; lança a sua cavalaria, atrasa e impede a sua marcha, mas proíbe a todos que matem alguém.