Assim, tendo mandado vir mercadores de toda a parte, deles nada pôde saber sobre a extensão da ilha, nem sobre a natureza e o número das nações que a habitam, nem sobre a sua maneira de fazer a guerra ou as suas instituições, nem sobre os portos que eram capazes de receber uma quantidade de grandes navios.
XXI - Querendo ter estas informações antes de tentar a empresa, envia com um navio de guerra Caio Voluseno, que ele considera capaz para esta missão. Dá-lhe mandato para fazer um reconhecimento de conjunto e voltar o mais cedo possível. Ele próprio, com todas as suas tropas, parte para o país dos Mórinos, porque é de lá (71) que o trajecto para a Bretanha é mais curto. Ali reúne navios retirados de todas as regiões vizinhas e manda vir a esquadra que construíra no ano anterior, para a guerra dos Vénetos. Entretanto, tendo sido propalado o seu projecto e tendo sido levado pelos mercadores ao conhecimento dos Bretões, numerosos estados da sua ilha lhe enviam deputados para prometer entregar reféns e submeter-se ao império do povo romano. Ele escuta-os, faz-lhes promessas liberais, exorta-os a preservar nestes sentimentos e despede-os para suas casas, acompanhados por Cómio que ele próprio fizera rei dos Atrébates, depois de ter vencido esta nação (72). Era um homem do qual apreciava a coragem e a prudência, que jugava fiel à sua pessoa e cuja autoridade era muito estimada nestas regiões. Ordenou-lhe que visitasse o maior número de povos que pudesse, que os exortasse a recomendarem-se ao povo romano e que lhes anunciasse a sua próxima chegada. Voluseno, tendo reconhecido as regiões tanto quanto o pôde fazer e não ousando desembarcar nem dirigir-se aos Bárbaros volta ao cabo de cinco dias para junto de César e dá-lhe conta do que vira.