- Quando vier o senhor Visconde Reinaldo, que vá ao meu quarto.
Estava alojado no segundo andar, com janelas para o rio. Bebeu um cálice de conhaque e estirou-se no sofá. Ao pé, na jardineira, tinha o seu buvar com um largo monograma em prata sob a coroa de conde, caixas de charutos, os seus livro - Mademoiseile Giraud, ma femme; La vierge de Mabilie; Ces friponnes!; Mémoires secrètes d'une femme de chambre; Le chien d'arrêt; Manuel du chasseur, números do Fígaro, a fotografia de Luísa, e a fotografia de um cavalo.
E soprando o fumo do charuto, começou a considerar, com horror, a "situação"! Não lhe faltava mais nada senão partir para Paris, com aquele trambolhozinho! Trazer uma pessoa, havia sete anos, a sua vida tão arranjadinha, e patatrás! Embrulhar tudo, porque à menina lhe apanharam a carta de namoro e tem medo do esposo! Ora o descaro! No fim, toda aquela aventura desde o começo fora um erro! Tinha sido uma idéia de burguês inflamado ir desinquietar a prima da Patriarcal. Viera a Lisboa para os seus negócios; era tratá-los, aturar o calor e o boeuf à la mode do Hotel Central, tomar o paquete, e mandar a pátria ao inferno!... Mas não, idiota! Os seus negócios tinham-se concluído - e ele, burro, ficara ali a torrar em Lisboa, a gastar uma fortuna em tipóias para o Largo de Santa Bárbara