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Capítulo 8: CAPÍTULO VIII

Página 232
para quê? Para uma daquelas! Antes ter trazido a Alphonsine!

Que, verdade, verdade, enquanto estivesse em Lisboa o romance era agradável, muito excitante; porque era muito completo! Havia adulteriozinho, o incestozinho. Mas aquele episódio agora estragava tudo! Não, realmente, o mais razoável era safar-se!

A sua fortuna tinha sido feita com negócio de borracha, no alto Paraguai; a grandeza da especulação trouxera a formação de uma companhia, com capitais brasileiros; mas Basílio e alguns engenheiros franceses queriam resgatar as ações brasileiras, que eram um empecilho, formar em Paris uma outra companhia, e dar ao negócio um movimento mais ousado. Basílio partira para Lisboa entender-se com alguns brasileiros, e comprara as ações habilmente.

A prolongação daquele incidente amoroso tornava-se uma perturbação na sua vida prática... E, agora que a aventura tomava um aspecto secante, convinha passar o pé!

A porta abriu-se e o Visconde Reinaldo entrou - afogueado, de lunetas azuis, furioso.

Vinha de Benfica! Morto, absolutamente morto com aquele calor, de um país de negros. Tivera a estúpida idéia de ir visitar uma tia - que o fizera logo membro de uma associação para não sei que diabo de que creche, e que lhe pregara moral! Também, que idéia de colegial - ir visitar a tia! Porque realmente, se havia uma coisa que lhe causasse repugnância, eram as ternuras de família!

- E tu, que queres tu? Eu vou-me meter num banho até ao jantar!

- Sabes o que me sucede? - disse Basílio, erguendo-se.

- O quê?

- Imagina. O caso mais estúpido.

- O marido apanhou-te?

- Não, a criada!

- Shocking! - exclamou Reinaldo com nojo.

Basílio contou miudamente "o caso". E cruzando os braços diante dele:

- E agora?

- Agora é safar-te!

E levantou-se.

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pág. 232 (Capítulo 8)

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Capa do livro O Primo Basílio
Páginas: 414
Página atual: 232

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO I 1
CAPÍTULO II 24
CAPÍTULO III 45
CAPÍTULO IV 70
CAPÍTULO V 121
CAPÍTULO VI 154
CAPÍTULO VII 191
CAPÍTULO VIII 213
CAPÍTULO IX 251
CAPÍTULO X 273
CAPÍTULO XI 293
CAPÍTULO XII 327
CAPÍTULO XIII 346
CAPÍTULO XIV 366
CAPÍTULO XV 387
CAPÍTULO XVI 400
"O PRIMO BASÍLIO" (CARTA A TEÓFILO BRAGA) 411